Alejandra Winter, Diretora da CIC Connect, uma divisão do Cambridge Innovation Center especializada na criação e operação de ecossistemas de inovação, fornece um guia completo sobre os pontos-chave que as startups e empreendimentos devem considerar antes de se internacionalizarem. Segundo Winter, expandir um negócio para mercados internacionais é uma decisão estratégica que requer uma avaliação detalhada, já que nem todos os empreendimentos contam com as ferramentas necessárias para ter sucesso em um novo ambiente. Embora ter uma proposta de negócio disruptiva e escalável seja fundamental, isso por si só não garante o sucesso.}
Um dos primeiros aspectos a considerar é a pesquisa e a análise para determinar o que pode ser vendido e onde. Winter destaca a importância de verificar se existe interesse pelo produto ou serviço no exterior, algo que pode ser descoberto através da internet, acesso a relatórios globais ou estudos de mercado específicos que ajudem a entender a demanda e a concorrência nos novos destinos.
Outro fator crucial é o setor do negócio e sua oferta. Aqueles que resolvem problemas que afetam um grande número de pessoas têm um alto potencial de escalabilidade. Setores relacionados à inovação, tecnologia, inteligência artificial ou mudanças climáticas tendem a ter maior aceitação, pois respondem a desafios atuais.
Winter também enfatiza a necessidade de revisar a situação financeira do empreendimento, avaliando indicadores como o ajuste entre o produto e o mercado, e a estabilidade financeira e operacional da startup. É fundamental garantir que existe uma demanda real para o produto ou serviço e que se conta com os fundos necessários para custear a expansão em áreas-chave como permissões legais, contratação de pessoal local, aumento de estoque, logística e transporte.
Além disso, Winter aponta que a existência de um plano de negócios que inclua aspectos comunicacionais e de marketing é essencial para o sucesso. Mesmo uma excelente proposta de valor pode passar despercebida se não for comunicada adequadamente e se não conseguir se posicionar dentro da concorrência. A CIC Connect, por exemplo, utiliza sua rede de classe mundial para conectar ecossistemas, acelerando a transferência de tecnologia e facilitando o acesso a mercados globais, particularmente nos Estados Unidos e Europa.
Por fim, Winter sublinha que as startups devem aproveitar as capacitações e o apoio de aceleradoras para estabelecer contatos com investidores, empreendedores e especialistas da indústria. Isso lhes permite acessar as últimas tendências e criar redes com atores-chave no desenvolvimento de negócios no exterior, o que pode acelerar seu crescimento na cena internacional e minimizar os riscos associados à entrada em um novo mercado.
Em conclusão, qualquer startup que deseje se expandir internacionalmente deve realizar um processo de introspecção e análise crítica de seus pontos fortes e fracos. Só assim poderá determinar se conta com as ferramentas necessárias para crescer ou se precisa realizar ajustes para garantir uma experiência bem-sucedida.
